Hoje não a vi de manhã. A cadeira estava vazia, no mesmo canto obscuro onde sempre está. Ela não estava lá. Passa o dia sentada no mesmo sitio. É o seu trabalho. Não sei o que pensa, que dramas a atormentam ou simplesmente se fecha os olhos e sonha que está noutro lugar. Nunca a vi a ler um livro, folhear uma revista, ou mesmo falar com alguém. Senta-se apenas e espera que o tempo passe. Tornou-se parte do recanto, apenas o percebemos quando a cadeira vazia nos alerta os sentidos. Não sei se tem familia ou filhos. Intorreguei-me se estaria doente ou tivesse sido colocada em outro serviço. Conformei-me com a ideia de que nunca o iria saber.
Mais tarde vi-a. Estava sentada no sitio do costume e desta vez tentei perceber o que fazia. Tinha um pequeno papel na mão onde rabiscava alguns desenhos e algo que se parecia com uma assinatura. Reparei que ouvia musica. Ficou lá, sentada o resto do dia. É o seu trabalho.
:)
quarta-feira, 22 de junho de 2011
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3 comentários:
Meu caro, um texto completamente "cabalístico". Parabéns.
ua
Fantástico! Porque não uma tentativa de aproximação? Um sorriso? (não me parece que seja ficção) :) Beijo
Por acaso não me tinha passado isso pela cabeça.Tão naif... Aproveita ela estar com o papel na mão e pede-lhe o nº de telefone.
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