Grupo de indianos pede vitória de Obama ao deus hindu dos macacos
Escrito por : Cfr. no fim da pág
24-Jun-2008
Um grupo de doze sacerdotes realizou, nesta terça-feira, uma cerimônia de oferenda a Hanuman, o deus hindu dos macacos pedindo para que o provável candidato democrata Barack Obama ganhe as eleições gerais norte-americanas, em 4 de novembro.
A cerimônia, em volta de uma fogueira sagrada, foi acompanhada por dezenas de indianos, no Templo de Hanuman. Muitos disseram acreditar que a vitória de Obama traria uma mudança positiva parta o mundo.
"Da terra de Gandhi, nós reunimos nossos melhores desejos para que o senhor Obama ganhe as próximas eleições norte-americanas", disse Brij Mohan Bhama, comerciante local que organizou o evento.
Bhama disse que a vitória do democrata nos Estados Unidos seria bom para a Índia e para o resto do mundo "porque ele defende mudança" e ajudaria a evitar a subida dos preços, o aumento da pobreza e o terrorismo.
O comerciante disse ainda que ele teve a idéia para o evento depois de ler reportagens na imprensa indiana que entre os muitos amuletos da sorte de Obama está uma réplica de Hanuman.
Hanuman é um dos deuses mais populares para os hindus e seus devotos descrevem-no como símbolo de grande força e valor.
O feito mais famoso de Hanuman, como descreve o Ramayana, épico hindu, foi liderar um exército de macacos para lutar contra o demônio Ravana e resgatar a princesa seqüestrada.
Bhama disse ainda que planeja enviar a Obama uma estátua de 60 centímetros e 15 quilos de Hanuman, que foi banhada em ouro.
O comerciante não participa de nenhum grupo político no país, mas Carolyn Sauvage-Mar, presidente do grupo norte-americano Democratas na Índia foi à cerimônia.
Carolyn representará norte-americanos que vivem no exterior na Convenção Democrata Nacional, em Denver, quando Obama for oficializado como candidato às eleições.
"Eu definitivamente levarei seus melhores desejos comigo", disse. Já quanto à estátua, será mais difícil. A lei federal norte-americana proíbe que os senadores aceitem presentes que custem mais de US$ 10.
Mas Bhama disse estar certo que a imagem chegará a Obama. "É sabido que representantes de Obama ajudarão na tarefa", disse, sem dar maiores detalhes.
da Associated Press, em Nova Déli
http://www.angolaxyami.com/Mundo/Grupo-de-indianos-pede-vitoria-de-Obama-ao-deus-hindu-dos-macacos.html
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Carta a Isabel dos Santos
Isabelinha, Escrevo-te porque sei que lês atentamente as minhas palavras, juntamente com os muitos milhares de teus conterrâneos Angolanos que têm acesso a um computador pessoal e internet.
Chamaste a minha atenção numa noticia da Sabado, onde apareces ainda jovem com um casaco vermelho e um encanto muito próprio de uma ingénua militante de esquerda. Fiquei maravilhado. Temos a mesma idade o optamos os dois pela Engenharia. Tenho a certeza de que unindo o teu jeito para os negócios com a minha propensão para o lazer poderiamos ser muito felizes. Sei que não gostas de ser fotografada, o que explica a dificuldade de ver qualquer outra imagem que não a referida. Compreendo perfeitamente que seres filha do José Eduardo te torna bastante popular, mesmo não sendo pelas melhores razões e que isso não te agrada. Confesso-te que também não vou muito á bola com o teu pai, mas és tu que me interessas.
Eu sei que tens os negócios dos diamantes e das telecomunicações, o petroleo e sabe-se lá o que mais. Uma canseira imagino. Ainda por cima num pais que lidera os rankings da corrupção como Angola, deve ser uma grande chatice. Para além disso és casada com um Congolês milionário qualquer, com negócios obscuros no seu passado. De certeza não pode ser muito boa pessoa. Olha, podiamos ir para um recanto qualquer que não em Africa onde te arriscas a ser raptada, assassinada e sabe-se lá o que mais. Conheço uns sitios porreiros no Sudoeste Asiático.
Já estou a ver-nos numa qualquer praia deserta. Tu atarefada com os teus negócios e eu alegremente entregue ao ócio, lendo um livro, num intervalo entre dois mergulhos.
Tenho lido alguma coisa sobre Angola e também tenho ouvido dizer que é onde se ganha dinheiro. No entanto também tenho ouvido dizer que a população vive miserávelmente enquanto as pessoas do partido vão alegremente fazendo a sua vidinha. Parece-me que não ha grande vontade em mudar a situação. Tenho a certeza de que não estás de acordo com estas coisas e que desejas profundamente mudar de vida. Até porque sabes que isso não é sustentável e mais cedo ou mais tarde acabará. E normalmente estas coisas não acabam da melhor maneira.
Pensa nisso Isabelinha. E enquanto pensas, manda-me uns diamantezitos desses maiorzitos que tenhas ai e que não te fazem falta nenhuma, que a mim dávam-me um jeitaço. :)
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/o_rosto_de_angola.pdf
The Revolution Will Not Be Televised
Carregado por mallox. - Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.
Chamaste a minha atenção numa noticia da Sabado, onde apareces ainda jovem com um casaco vermelho e um encanto muito próprio de uma ingénua militante de esquerda. Fiquei maravilhado. Temos a mesma idade o optamos os dois pela Engenharia. Tenho a certeza de que unindo o teu jeito para os negócios com a minha propensão para o lazer poderiamos ser muito felizes. Sei que não gostas de ser fotografada, o que explica a dificuldade de ver qualquer outra imagem que não a referida. Compreendo perfeitamente que seres filha do José Eduardo te torna bastante popular, mesmo não sendo pelas melhores razões e que isso não te agrada. Confesso-te que também não vou muito á bola com o teu pai, mas és tu que me interessas.
Eu sei que tens os negócios dos diamantes e das telecomunicações, o petroleo e sabe-se lá o que mais. Uma canseira imagino. Ainda por cima num pais que lidera os rankings da corrupção como Angola, deve ser uma grande chatice. Para além disso és casada com um Congolês milionário qualquer, com negócios obscuros no seu passado. De certeza não pode ser muito boa pessoa. Olha, podiamos ir para um recanto qualquer que não em Africa onde te arriscas a ser raptada, assassinada e sabe-se lá o que mais. Conheço uns sitios porreiros no Sudoeste Asiático.
Já estou a ver-nos numa qualquer praia deserta. Tu atarefada com os teus negócios e eu alegremente entregue ao ócio, lendo um livro, num intervalo entre dois mergulhos.
Tenho lido alguma coisa sobre Angola e também tenho ouvido dizer que é onde se ganha dinheiro. No entanto também tenho ouvido dizer que a população vive miserávelmente enquanto as pessoas do partido vão alegremente fazendo a sua vidinha. Parece-me que não ha grande vontade em mudar a situação. Tenho a certeza de que não estás de acordo com estas coisas e que desejas profundamente mudar de vida. Até porque sabes que isso não é sustentável e mais cedo ou mais tarde acabará. E normalmente estas coisas não acabam da melhor maneira.
Pensa nisso Isabelinha. E enquanto pensas, manda-me uns diamantezitos desses maiorzitos que tenhas ai e que não te fazem falta nenhuma, que a mim dávam-me um jeitaço. :)
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/o_rosto_de_angola.pdf
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sábado, 21 de junho de 2008
O Verão
Chegou o Verão. A altura do ano escolhida, entre outros, pelos nossos amigos alados, os pássaros, para o desenvolvimento da sua descendência. Há um cheiro a alegria e jovialidade no ar. O calor aperta. Os dias são grandes e bonitos e a vida é um tanto ou quanto mais alegre. Para trás parecem ficar os dramas do Inverno e da Primavera. Chegam as férias.
A Semana passada a selecção nacional perdeu. Acabou a onda de patriotismo sazonal habitual neste tipo de coisas e o pais voltou á sua normalidade. Para alguma surpresa minha ninguém cortou nenhuma estrada e as coisas andam numa calma aparente. Os preços dos combustiveis continuam altos, embora tenham parado de subir, e a classe dirigente europeia mostra-se preocupada com o assunto. O que pode significar que não vão continuar a aumentar da mesma forma. Lá se vão as imagens de pilhagens e outras coisas tais na velha Europa...
Cá, tudo na mesma... Nada digno de menção excepto talvez que a Europa continua a andar ás voltas com o "Não" Irlandês. Devo admitir que a ideia de um novo referendo era excelente... Sim, e se disserem "não", outra vez, faz-se outro, e outro... até os desgraçados votarem "Sim"!!!! ou então...
Pelo mundo também nada de novo... O Mugabe continua a lembrar-nos de que as democracias vêm em vários sabores, um deles o Africano. O Irão continua orgulhoso do seu programa nuclear e o Obama e McCain fazem as delicias dos jornalistas e analistas politicos - Não sei se já estão no Betandwin por esta altura.
Chega o Verão, Chegam as férias, a praia, a imperial e o tremoço. Chegam os festivais de musica. Que se lixem os problemas. Se fôr preciso pede-se um empréstimo para ir de férias. Se não, que se lixe. Vamos todos os dias para a Costa da Caparica e desde que não fiquemos sem combustivel no engarrafamento da 25 de Abril está tudo bem. Viva a Imperial, Viva o tremoço, Viva o Verão. :)
A Semana passada a selecção nacional perdeu. Acabou a onda de patriotismo sazonal habitual neste tipo de coisas e o pais voltou á sua normalidade. Para alguma surpresa minha ninguém cortou nenhuma estrada e as coisas andam numa calma aparente. Os preços dos combustiveis continuam altos, embora tenham parado de subir, e a classe dirigente europeia mostra-se preocupada com o assunto. O que pode significar que não vão continuar a aumentar da mesma forma. Lá se vão as imagens de pilhagens e outras coisas tais na velha Europa...
Cá, tudo na mesma... Nada digno de menção excepto talvez que a Europa continua a andar ás voltas com o "Não" Irlandês. Devo admitir que a ideia de um novo referendo era excelente... Sim, e se disserem "não", outra vez, faz-se outro, e outro... até os desgraçados votarem "Sim"!!!! ou então...
Pelo mundo também nada de novo... O Mugabe continua a lembrar-nos de que as democracias vêm em vários sabores, um deles o Africano. O Irão continua orgulhoso do seu programa nuclear e o Obama e McCain fazem as delicias dos jornalistas e analistas politicos - Não sei se já estão no Betandwin por esta altura.
Chega o Verão, Chegam as férias, a praia, a imperial e o tremoço. Chegam os festivais de musica. Que se lixem os problemas. Se fôr preciso pede-se um empréstimo para ir de férias. Se não, que se lixe. Vamos todos os dias para a Costa da Caparica e desde que não fiquemos sem combustivel no engarrafamento da 25 de Abril está tudo bem. Viva a Imperial, Viva o tremoço, Viva o Verão. :)
domingo, 15 de junho de 2008
A Revolução Camionista
Hoje, O Presidente da Republica, Cavaco Silva anunciou: "Congratulo-me pelo facto de a ordem pública e a legalidade terem voltado ao nosso país. Isso é o mais Importante. Fico satisfeito pelos portugueses puderem novamente viver o seu dia-a-dia com alguma tranquilidade". Sim, cá estamos nós de volta á normalidade, ao pais onde não acontece nada,satisfeitos da vida e preocupados com coisas tão importantes como onde é que vamos ver o jogo da selecção, beber umas minis e se podemos ver a namorada nova do Cristiano Ronaldo sem t-shirt numa sitio qualquer.
No entanto, na semana passada, um grupo de psudo-camionistas, manifestantes, revoltosos, bandidos, arruaceiros ou terroristas, depende da optica com que quiser ver a coisa, paralisou parte do pais com cortes e bloqueios de estradas. Os negócios Pararam, os bens de consumo começaram a escassear e as pessoas ficaram sem o gasoleo que os carros alemães tanto gostam. Quanto é que isto custou ao pais? Não se sabe. Infelizmente ainda não conseguimos aprender a quantificar as coisas em dinheiro, como fazem tão bem os Americanos. Um dia lá chegaremos...
Num Belo dia, a seguir ao Jogo do Euro, para grande espanto geral, a populaça apercebe-se de que os combustiveis estão a escassear. Isto, apesar do bloqueio ter sido anunciado com bastante antecedencia - mas o que é que isso interessa quando podemos ver uma entrevista com o cozinheiro da selecção e da senhora que lava as cuecas do "mister"...
As bombas da Galp enchem-se de carros. Ha filas intermináveis para abastecer. Os tipos que andavam a dizer que boicotavam a Galp e Repsol deixam de se importar com o preço que pagam pela essencia mágica, desde que o carrito continue a andar. E, no meio disto tudo, surpresa das surpresas, ha uma onda de simpatia para com os tipos que andam todos contentes com os seus coletes reflectores a parar o pais e a ameaçar os colegas em frente ás camaras de televisão.
A Populaça diz que está certo, que temos de lutar, que as coisas estão dificeis, os emprestimos bancários, o preço dos combustiveis. E de facto as coisas não são fáceis. Ninguém disse que eram. O que ninguém pode estar á espera é de viver dentro de uma caixinha chamada Portugal, á espera de que o governo resolva todos os seus problemas, perfeitamente alheio ao que se passa no resto do mundo. E na semana passada tive a desconfortável visão de que grande parte da nossa população é assim que vive. Alheia ao resto do Mundo, dentro de uma caixinha, que já teve antena mas agora também tem cabo, onde só vê o que lhe mostram, que acredita que o Governo serve, por um lado, para resolver todo e qualquer um dos seus problemas, e por outro, para justificar os mesmos.
Ninguém foi preso, ou mesmo acusado seja do que fôr. Não houve "Porrada nos gajos - vai tudo de cana!", a minha primeira reacção natural, confesso. De facto não aconteceu nada. O Governo Cedeu, Morreu um tipo e hoje joga a selecção.
Ontem á tarde na Mata do Fontelo os pseudo-camionistas revoltosos organizaram um convivio onde comeram porco no espeto e beberam uns copos, a fazer lembrar aquelas patuscadas na floresta dos filmes do "Robin dos Bosques". Dizem que o Balanço é positivo e sentem-se com mais força. Com mais força sente-se também qualquer tipo de associação que possa parar seja o que fôr em nome de uma qualquer revindicação. "Estamos chateados, isto não anda a correr bem... vamos cortar uma estrada!"
A populaça, essa deu sinais de ir atrás seja do que fôr, como bons carneirinhos, guiados de forma perfeitamente irresponsável por essa coisa a que chamamos comunicação social. Desconhece a diferença entre uma greve e um corte de estradas. O Zé disse que sentiu o estado fraco - pois é Zé eu também senti... - e a oposição escondeu-se e está agora á espera de mais qualquer coisa, que não sabe o que é, como qualquer coelho assustado escondido na cartola.
O fenómeno repete-se pelo resto da Europa e sinto-me apreensivo pelo futuro.Os preços dos combustiveis deverão continuar a subir e levam todos os restantes atrás. A ser assim o fenómeno vai intensificar-se. Quase que posso imaginar algo parecido com o 25 Abril, mas agora em vez de ser com militares é com camionistas. "A revolução dos camionistas" - ficava bem em qualquer livro de história. Podiam pôr um malmequer na buzina...Pelo menos era diferente... e neste momento poderia espalhar-se a vários paises, o que seria uma estreia. Aquela canção "Sou camionista, sou o maior..." poderia ser o hino...
Talvez alguém se lembre de que uma Europa "socialmente conturbada" não é bom para o negócio de ninguém, não augura nada de bom, e os preços de facto baixem... ou pelo menos parem de aumentar... Ah bom... demagogia...
Adivinham-se tempos conturbados para a Europa... Cá estaremos para ver... :)
No entanto, na semana passada, um grupo de psudo-camionistas, manifestantes, revoltosos, bandidos, arruaceiros ou terroristas, depende da optica com que quiser ver a coisa, paralisou parte do pais com cortes e bloqueios de estradas. Os negócios Pararam, os bens de consumo começaram a escassear e as pessoas ficaram sem o gasoleo que os carros alemães tanto gostam. Quanto é que isto custou ao pais? Não se sabe. Infelizmente ainda não conseguimos aprender a quantificar as coisas em dinheiro, como fazem tão bem os Americanos. Um dia lá chegaremos...
Num Belo dia, a seguir ao Jogo do Euro, para grande espanto geral, a populaça apercebe-se de que os combustiveis estão a escassear. Isto, apesar do bloqueio ter sido anunciado com bastante antecedencia - mas o que é que isso interessa quando podemos ver uma entrevista com o cozinheiro da selecção e da senhora que lava as cuecas do "mister"...
As bombas da Galp enchem-se de carros. Ha filas intermináveis para abastecer. Os tipos que andavam a dizer que boicotavam a Galp e Repsol deixam de se importar com o preço que pagam pela essencia mágica, desde que o carrito continue a andar. E, no meio disto tudo, surpresa das surpresas, ha uma onda de simpatia para com os tipos que andam todos contentes com os seus coletes reflectores a parar o pais e a ameaçar os colegas em frente ás camaras de televisão.
A Populaça diz que está certo, que temos de lutar, que as coisas estão dificeis, os emprestimos bancários, o preço dos combustiveis. E de facto as coisas não são fáceis. Ninguém disse que eram. O que ninguém pode estar á espera é de viver dentro de uma caixinha chamada Portugal, á espera de que o governo resolva todos os seus problemas, perfeitamente alheio ao que se passa no resto do mundo. E na semana passada tive a desconfortável visão de que grande parte da nossa população é assim que vive. Alheia ao resto do Mundo, dentro de uma caixinha, que já teve antena mas agora também tem cabo, onde só vê o que lhe mostram, que acredita que o Governo serve, por um lado, para resolver todo e qualquer um dos seus problemas, e por outro, para justificar os mesmos.
Ninguém foi preso, ou mesmo acusado seja do que fôr. Não houve "Porrada nos gajos - vai tudo de cana!", a minha primeira reacção natural, confesso. De facto não aconteceu nada. O Governo Cedeu, Morreu um tipo e hoje joga a selecção.
Ontem á tarde na Mata do Fontelo os pseudo-camionistas revoltosos organizaram um convivio onde comeram porco no espeto e beberam uns copos, a fazer lembrar aquelas patuscadas na floresta dos filmes do "Robin dos Bosques". Dizem que o Balanço é positivo e sentem-se com mais força. Com mais força sente-se também qualquer tipo de associação que possa parar seja o que fôr em nome de uma qualquer revindicação. "Estamos chateados, isto não anda a correr bem... vamos cortar uma estrada!"
A populaça, essa deu sinais de ir atrás seja do que fôr, como bons carneirinhos, guiados de forma perfeitamente irresponsável por essa coisa a que chamamos comunicação social. Desconhece a diferença entre uma greve e um corte de estradas. O Zé disse que sentiu o estado fraco - pois é Zé eu também senti... - e a oposição escondeu-se e está agora á espera de mais qualquer coisa, que não sabe o que é, como qualquer coelho assustado escondido na cartola.
O fenómeno repete-se pelo resto da Europa e sinto-me apreensivo pelo futuro.Os preços dos combustiveis deverão continuar a subir e levam todos os restantes atrás. A ser assim o fenómeno vai intensificar-se. Quase que posso imaginar algo parecido com o 25 Abril, mas agora em vez de ser com militares é com camionistas. "A revolução dos camionistas" - ficava bem em qualquer livro de história. Podiam pôr um malmequer na buzina...Pelo menos era diferente... e neste momento poderia espalhar-se a vários paises, o que seria uma estreia. Aquela canção "Sou camionista, sou o maior..." poderia ser o hino...
Talvez alguém se lembre de que uma Europa "socialmente conturbada" não é bom para o negócio de ninguém, não augura nada de bom, e os preços de facto baixem... ou pelo menos parem de aumentar... Ah bom... demagogia...
Adivinham-se tempos conturbados para a Europa... Cá estaremos para ver... :)
segunda-feira, 9 de junho de 2008
O Homem do Leme
Estava eu a preparar-me para almoçar alarvemente quando uma noticia na TV me despertou a atenção. Anibal Cavaco Silva vai pilotar amanhã, que é 10 de Junho, o Gil Eanes. Sim era ele - O homem do leme. Desta vez com um verdadeiro leme nas mãos, aos comandos de um navio.
Imaginei que tipo de emoções passam por aquela criatura. O Anibal, com o leme nas mãos e aquele sorriso de animal embalsamado que apenas ele consegue fazer, defronte de um batalhão de fotografos que disparam incessantemente na vã esperança de captar qualquer tipo de emoção no seu rosto.
Imaginei o Anibal a entrar no Tejo, vindo de Algés e a olhar na direcção dos Jerónimos para admirar o Centro Cultural de Belém, o monumento emblemático do Cavaquismo, antes de finalmente avistar os Jerónimos que surgem agora por detrás do CCB. Imaginei que nessa altura alguem o afastava e lhe tirava o leme das mãos e dizendo "Pronto, pronto..Já chega..." ao que ele responderia com um cavernoso "Obrigado..." digno de um qualquer filme de múmias que se preze.
Lembrei-me dos tempos aureos do Cavaquismo, quando a malta arranjava um dinheirito para os copos inscrevendo-se num curso qualquer em que só era preciso lá ir de vez em quando para assinar as folhas. Quando o Paulo Portas ainda era só o Director do Independente, que era um jornal interessante. Quando de repente havia dinheiro aos magotes vindo da CEE e não era importante o seu uso. Só era importante é que viesse e viesse para o nosso bolso. Havia Dinheiro e havia empregos. Fez-se a Expo 98, deitando abaixo a parte ribeirinha Ocidental de Lisboa com todo o seu surrealismo. Plantavam-se girassois. Compravam-se bons carros para as estradas que entretanto se construiam. Enfim, tempos aureos em que o Pais teve a oportunidade do século para se modernizar e construir algo para os tempos vindouros e fez aquela coisa tão Portuguesa que foi encher os bolsos o mais depressa possivel.
Esses tempos trazem-me á memória aquela história de que não devemos dar peixe a um tipo com fome mas sim ensiná-lo a pescar. Nós recebiamos o dinheiro para as canas, para as boias, os anzóis, a minhoca, tudo material topo de gama, e depois iamos comer o peixe ao restaurante. Enquanto havia dinheiro lá iamos comendo o peixito, em conforto e de forma despreocupada, depois quem viesse a seguir que se lixasse, porque o peixito, na barriga, esse já cá canta.
O Homem de Boliqueime deixou boa impressão. Havia dinheiro, havia empregos, até na função publica havia empregos com fartura. O resto não é importante. Após, na minha opinião, a mais brilhante operação eleitoral de todos os tempos- Sim, não nos esqueçamos de que quando ainda faltava 1 ano para as eleições já havia noticias nos jornais sobre o eventual regresso do Prof. Silva, como se de um qualquer salvador dos aflitos se tratasse e até a sra. Silva começou a aparecer nas revistas côr de rosa.- O Homem foi eleito Presidente da Republica Portuguesa. Há coisas fantásticas não há?
Enfim, nem tudo foi mau... ficaram as estradas, a zona da expo a abarrotar de prédios, estradas, o CCB, estradas, a Manuela Ferreira Leite, as estradas e algum saudosismo, que é uma coisa muito Portuguesa. :)
Imaginei que tipo de emoções passam por aquela criatura. O Anibal, com o leme nas mãos e aquele sorriso de animal embalsamado que apenas ele consegue fazer, defronte de um batalhão de fotografos que disparam incessantemente na vã esperança de captar qualquer tipo de emoção no seu rosto.
Imaginei o Anibal a entrar no Tejo, vindo de Algés e a olhar na direcção dos Jerónimos para admirar o Centro Cultural de Belém, o monumento emblemático do Cavaquismo, antes de finalmente avistar os Jerónimos que surgem agora por detrás do CCB. Imaginei que nessa altura alguem o afastava e lhe tirava o leme das mãos e dizendo "Pronto, pronto..Já chega..." ao que ele responderia com um cavernoso "Obrigado..." digno de um qualquer filme de múmias que se preze.
Lembrei-me dos tempos aureos do Cavaquismo, quando a malta arranjava um dinheirito para os copos inscrevendo-se num curso qualquer em que só era preciso lá ir de vez em quando para assinar as folhas. Quando o Paulo Portas ainda era só o Director do Independente, que era um jornal interessante. Quando de repente havia dinheiro aos magotes vindo da CEE e não era importante o seu uso. Só era importante é que viesse e viesse para o nosso bolso. Havia Dinheiro e havia empregos. Fez-se a Expo 98, deitando abaixo a parte ribeirinha Ocidental de Lisboa com todo o seu surrealismo. Plantavam-se girassois. Compravam-se bons carros para as estradas que entretanto se construiam. Enfim, tempos aureos em que o Pais teve a oportunidade do século para se modernizar e construir algo para os tempos vindouros e fez aquela coisa tão Portuguesa que foi encher os bolsos o mais depressa possivel.
Esses tempos trazem-me á memória aquela história de que não devemos dar peixe a um tipo com fome mas sim ensiná-lo a pescar. Nós recebiamos o dinheiro para as canas, para as boias, os anzóis, a minhoca, tudo material topo de gama, e depois iamos comer o peixe ao restaurante. Enquanto havia dinheiro lá iamos comendo o peixito, em conforto e de forma despreocupada, depois quem viesse a seguir que se lixasse, porque o peixito, na barriga, esse já cá canta.
O Homem de Boliqueime deixou boa impressão. Havia dinheiro, havia empregos, até na função publica havia empregos com fartura. O resto não é importante. Após, na minha opinião, a mais brilhante operação eleitoral de todos os tempos- Sim, não nos esqueçamos de que quando ainda faltava 1 ano para as eleições já havia noticias nos jornais sobre o eventual regresso do Prof. Silva, como se de um qualquer salvador dos aflitos se tratasse e até a sra. Silva começou a aparecer nas revistas côr de rosa.- O Homem foi eleito Presidente da Republica Portuguesa. Há coisas fantásticas não há?
Enfim, nem tudo foi mau... ficaram as estradas, a zona da expo a abarrotar de prédios, estradas, o CCB, estradas, a Manuela Ferreira Leite, as estradas e algum saudosismo, que é uma coisa muito Portuguesa. :)
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